O dia de hoje marca o início de uma nova era para o Mercosul, com o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva assumindo a presidência do bloco. Esse cargo rotativo, que muda a cada seis meses, será ocupado por Lula até o final do ano. Seu principal desafio como presidente será destravar o acordo paralisado com a União Europeia.

Lula já chegou à Argentina para participar da 62ª Cúpula do Mercosul, que reúne os presidentes do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. No entanto, neste primeiro encontro, as negociações internas sobre o pacto com o bloco europeu não devem avançar de forma significativa.

Do que se trata esse pacto? O acordo comercial foi fechado inicialmente em 2019 durante o governo de Jair Bolsonaro. No entanto, alguns aspectos do acordo ainda estão em negociação, e o governo brasileiro já declarou a intenção de finalizar os ajustes ainda este ano.

Um documento adicional foi enviado pela União Europeia no início de 2023 e ainda está em análise entre os países dos dois blocos. Do lado brasileiro, existem dois obstáculos principais:

• O acordo de 2019 prevê a abertura de licitações para empresas estrangeiras em igualdade de condições com empresas brasileiras.

• Também inclui a possibilidade de impor sanções ao Mercosul caso os países do bloco não cumpram as exigências ambientais.

Sobre a primeira questão, Lula defende que a prioridade deve ser dada às empresas nacionais. Sobre as exigências ambientais, o presidente lembra que nem mesmo os europeus cumpriram integralmente o Acordo de Paris.

Os detalhes da proposta serão apresentados na cúpula, e o governo já afirmou que esses "acordos delicados exigiram um intenso trabalho de coordenação interna".

Resumindo: poucos dias depois de afirmar que a democracia é relativa, Lula já manifestou o desejo de incluir a Venezuela no grupo. No entanto, não se espera que este tema esteja na agenda desta vez.

Com a posse de Lula na presidência do Mercosul, os olhos da região e do mundo estarão voltados para ele, esperando o avanço nas negociações com a União Europeia e sua liderança no enfrentamento dos desafios do bloco. O resultado dessas discussões terá, sem dúvida, um impacto significativo no cenário econômico e político da América do Sul e em suas relações com a Europa.

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